terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Agora, sobre o pistão: - Qual (marca modelo) e medida usar?

Está aí uma escolha que faz muita diferença e os dados para a decisão não são tão completos. Para ter uma ideia de como esta escolha disperta “paixões”, estou trocando informações no CXT600 Brasil e no CXT Portugal e as opiniões e experiências são bem diferentes, não só entre os clubes, mas também, entre os seus usuários...


Incialmente fiquei bem empolgado com o motor de 675 cc Wiseco. Após sondar os proprietários com este “kit”, fui aconselhado a não usá-lo pois ele só “vale a pena” quando usado com injeção (real acrescimo de potência). Porém isto implica em mais uma modificação e, das complicadas...
Ao invéz deste, fui aconselhado a usar o “kit” 635 cc que, de acordo com os relatos, funciona bem com carburadores originais.

Também venho acompanhando outra reforma e que a opção foi pelo “std”, mas, Wiseco. Porém, está ainda não está “em funcionamento”, ou seja, não dá para tirar muitas conclusões ainda.

E ainda tem a opção normal que é usar o pistão original “Yamaha“ (no meu caso 0,50 já que não existe 0,25, porqeu não sei).

Lí tudo que achei sobre os kits 635 e 675 cc mas, a informação mais importante (para mim), eu não achei – a durabilidade. Não li nada sobre alguem que rodou 150 mil quilometros com um pistão destes ou algo proximo...

Resumindo, muitas opções... muito “prós” e “contras”, mas, qual a melhor para o que quero da motocicleta? E o que eu quero desta motocicleta?

-Confiabilidade! Quero viajar sem ter que ficar abrindo o motor ou correndo o risco de ver tudo “em cacos”. Quero, quando terminar esta reforma, andar de motocicleta sem ficar pensando em “será que aguenta?”
-Custo compatível com o investimento.
-Alguma potência a mais seria interessante, apesar de eu achar os 40-45CV já de bom tamanho. Na verdade, um pouco mais de torque para poder “alongar” a relação seria interessante.
- Motor “elastico” (mais confortável para pilotar). O original é bem bom, o que não quero fazer é piorar...
- Fuçar e modernizar um pouco a Jabiraca também me agrada. Comprei para isto.
E nesta sequencia.

Troquei muita informação com o pessoal do CXT (do Brasil e de Portugal). No “salão” (ano passado) consegui falar com um técnico Wiseco sobre o uso de seus pistões, dando mais atenção para o de 635 cc. Somando-se ao que lí em vários locais diferentes e acrescentando minhas impressões pessoais, o que tenho de informação é:

1º Pistão Wiseco forjado para aumentar o volume para 675 cc precisa obrigatóriamente, além de aumentar o diametro interno da camisa (acho que 102 ou 103 mm), trocar a camisa para possibilitar isto e consequentemente, retrabalhar o cárter do motor para permitir que esta nova camisa “entre” no motor. Não me preocupei em achar o seu código pois o descartei devido a necessidade de usinagem do cárter e informações que escreví acima sobre “necessidade de injeção” para render. Depois, eu não quero uma moto de competição...

2º Pistões Wiseco forjados que não requerem retrabalho do cárter e suas caracterisiticas:
Diametro – Código – Caracterisiticas básicas
95,00 mm - 4797M09500 - diâmetro std, taxa de compressão std (8,5:1), volume 598 cc.
95,00 mm - 4596M09500 - diâmetro std, porém, taxa de compressão maior (11,5:1), volume 598 cc.
96,00 mm - 4797M09600 - diâmetro alterado, taxa de compressão std (8,5:1), volume 602 cc.
96,00 mm - 4596M09600 - diâmetro alterado, taxa de compressão maior (11,5:1), volume 602 cc.
97,00 mm - 4797M09700 - diâmetro alterado, taxa de compressão std (8,5:1), volume 608 cc.
98,00 mm - 4607M09800 - diâmetro alterado, taxa de compressão maior (10:1), volume 635 cc

Prós:
-Estes pistões (Wiseco) são forjados. Além disto e por isto, são mais leves e mais fortes. O material é muito melhor que os pistões convencionais (fundidos). Eles tem a saia mais curta e aliviada nas laterais e consequentemente, o atrito com o cilindro é bem menor.
- Aumento de potência ocorre (ou pode ocorrer) devido a vários fatores. Nos que tem taxa de compressão alterada, pela melhor eficiencia do processo de combustão (diagrama “pressão volume” ou “ciclo de Carnot” explica isto). Também pela redução de atrito e pelo aumento volumétrico (maior quantidade de ar + combustível queimado).

Contras:
- Fragilidade devido a caracterisitcas de projeto do motor. O conjunto ou ligação entre biela + pino é fragil no que é ralacionado a alinhamento lateral. Isto não é um defeito do pistão, é consepção de projeto da biela neste (e em vários!) motor. Isto foi muito reforçado na conversa que tive com o técnico da Wiseco, com outras “palavras”. Ele me informou que o mais critico na utilização dos pistões é o perfeito perpendicularismo do pino do pistão com relação ao cilindro, ou seja, o pistão não pode ter nenhum tipo de desalinhamento “lateral”. Por ser frágil esta ligação (a largura do colo da biela ser pequeno na largura), a folga entre pino do pistão e biela pode “provocar” este efeito de dealinhamento (como se fosse um empenamento lateral). Como o pistão Wiseco não tem saia em suas laterais, o risco de quebra aumenta (não há “guia” para este tipo de desalinhamento). Já o pistão original tem esta guia, sua saia é fechada em baixo, ou seja, o risco de “injambrar” (vou chamar assim) é bem menor.
- Coeficiente de dilatação. Não considero como uma falha, mas sim, uma mudança que requer cuidados no uso. Pelo que entendí, o coeficiente do pistão “forjado” é maior que o do “fundido” e, por este motivo, a sua folga com relação ao diametro do cilindro também deve ser maior. Isto faz com que, quando “frio”, seja mais ruidoso (bate saia). E necessita de “mais cuidado” quando o motor está frio para não danificá-lo. Isto não chega a ser um problema para mim, mas, esta caracterisitica deve ser conhecida por quem o usa. Com motor frio, nada de exigir plena potência.
- taxa de compressão alterada. Alguns dos listados acima tiveram a taxa alterada de 8,5:1 (original) para 10,1 ou até 11,5:1. Será que eles funcionam bem com a nossa gasolina? E a dos Países vizinhos? Será que não terei “pré-ignição” (bater-pino)? Isto acaba com qualquer motor.
-Para comprá-los praticamente só achei o Ebay (importação direta). Também é um risco, apesar de pequeno.

Sobre o pistão “original” (ou tipo fundido), temos alguns fabricantes diferentes. Fora o “original”, comprado na propria representante Yamaha, só li que existem o KMP mais RIK (anéis), e que estes seriam os melhores. Será? Nenhuma informação a mais sobre estes ultimos.

Estou ponderando todas as informações que estão me enviando. Assim que me decidir por qual, explicarei o motivo (ou motivos) desta escolha. Sugestões ou opiniões são muito bem-vindas!

4 comentários:

  1. Acho que quando se trata de aumento de "cilindrada" do motor, vale a pena conversar com os trilheiros, que são experts nisso. Afinal, a porcentagem de donos de XT que fazem estas modificações é amostragem suficiente para se tirar conclusões?

    Pelos relatos que acompanho há bastante tempo no fórum Tornadeiros, aumento de cilindrada significa, sempre, diminuição da vida útil do motor e diminuição dos intervalos para manutenção. Dizem que o motor da XT é superdimensionado, não sei. O da Tornado certamente não é, mas ainda assim, essa folga é suficiente para o motor com aumento de cilindrada ainda ser confiável?

    Perceba que eu só levanto as questões, pois eu mesmo não sei as respostas, mas pessoalmente sou avesso à idéia de alterar a cilindrada do motor de uma moto que vai fazer uma longa viagem, longe de boas oficinas e trabalhando até 16 horas direto, como é comum quando se vai ao Chile, Patagônia, etc.

    Vou te falar da minha experiência com a XT: eu fiz uma viagem de SJC até Torres-RS nela. Além de eu ser pesado (110kg), levei muita bagagem, mas muita mesmo (roupas, peças, ferramentas, etc), e em nenhum momento eu senti falta de potência. E como agravante tem o fato de que o motor da minha ex motoca estava já bem judiado! Então, se você é mais leve do que eu, e não levar muita bagagem, pode ter certeza de que vai sobrar motor!

    Aliás, posso falar onde reside o maior problema em se tratando de longas viagens na XT? Na autonomia! Essa moto não é econômica, e o tanque é muito pequeno. Acho que essa questão é mais importante até mesmo do que a força do motor.

    É isso, espero ter ajudado em alguma coisa.
    Abç

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    1. Estou procurando alguém que tenha feito esta modificação e que o motor tenha durado uma quilometragem boa para poder ter uma ideia de como se comporta este pistão... e engraçado, até agora, não achei.

      Potência a mais é bom, mas, não é tão importante exatamente pelo que você escreveu: -ela já é bem forte. O aumento de compressão melhora o rendimento de um motor, ou seja, para andar do mesmo jeito que o "original", ele gasta menos. Isto eu já li em relatos de quem instalou o "kit" e os motores, além de mais fortes, ficaram mais econômicos.

      Em contrapartida, gastar menos gasolina para realizar o mesmo trabalho vai implicar provavelmente em um motor mais quente, que é ruim, principalmente neste que já é quente e algumas vezes engripa por motivos "obscuros" (pode ser o circuito de lubrificação, como escrevi nas postagens anteriores, pode ser calor).

      Ainda não decidi o que fazer. Mas pode ter certeza que escolherei levando em conta "na ordem", o que escrevi acima (o que quero da motocicleta).

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  2. Pois é, o universo de pessoas que modificou a cubicagem do motor da XT é insuficiente para se chegar a alguma conclusão baseado apenas nas experiências deles.

    Com relação ao engrimpamento, eu sou cético em acreditar que isso é comum, e eu explico o motivo: logo que comprei a motoca, eu ia no CXT600 para buscar informações sobre ela, e logo percebi que eu estava ficando paranóico tamanha era quantidade de relatos de problemas que eu encontrava lá! Isso me lembrou de quando eu trabalhava na oficina de uma concessionária de veículos (eu era mecânico), e ensinavam a gente que um cliente insatisfeito comenta sobre os problemas do carro com até 10 pessoas, e um cliente satisfeito comenta com no máximo duas! O que eu concluí é que das milhares de XT's vendidas no Brasil, a pequena fração de motos que apresentou problemas foi toda parar no CXT600!

    Enfim, eu te garanto que a moto é muito mais resistente do que a impressão que se tem quando ao fazer pesquisas no fórum XT, e depois da tua moto ser tão bem revisada, eu não me preocuparia com um centésimo dos relatos de problemas que a gente lê por lá.

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    1. É verdade, os relatos "negativos" são mais "pesados". Nós sempre olhamos estes como se só estes ocorressem... Isto faz parte da natureza humana!

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